Na quarta-feira (8), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi invadida por traficantes em fuga durante uma operação policial no Complexo de Manguinhos, Zona Norte do Rio de Janeiro. A fundação está localizada entre áreas dominadas por facções rivais, como o Comando Vermelho em Manguinhos e o Terceiro Comando Puro na Vila do João. A operação, realizada pela Polícia Civil, resultou em confrontos e disparos nas proximidades da instituição, afetando a circulação de veículos e ônibus na região. O tiroteio também causou ferimentos a uma funcionária da Fiocruz, que foi atingida por estilhaços de vidro.
A ação policial, que tinha como objetivo combater o roubo e a receptação de cargas, gerou críticas por parte da Fiocruz. A fundação relatou que agentes policiais entraram sem autorização em seu campus, colocando em risco trabalhadores e alunos. Além disso, um supervisor de segurança foi detido pelos policiais, sendo acusado de colaborar com criminosos, o que gerou protestos da instituição pela falta de comunicação prévia da operação. Por outro lado, a Polícia Civil afirmou que dois funcionários da fundação foram levados para apuração, embora ainda não estivesse claro se estavam envolvidos de forma voluntária ou cooptados pelos traficantes.
O impacto da operação se estendeu para a mobilidade urbana, com dez linhas de ônibus desviadas e um veículo da linha 711 apedrejado. A Rio Ônibus ressaltou a necessidade urgente de ações para garantir a segurança e a paz na cidade. Enquanto isso, a polícia continua suas investigações, afirmando que a operação resultou na apreensão de armas e drogas. A situação reflete a complexa relação entre instituições públicas, facções criminosas e a segurança no Rio de Janeiro.