O filme “Parque de Diversões”, dirigido por Ricardo Alves Jr., chega aos cinemas brasileiros após uma série de exibições em festivais internacionais, incluindo a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A produção autofinanciada, que apresenta cenas de sexo explícito, explora temas como erotismo e desejo, ao seguir um grupo de desconhecidos que percorre Belo Horizonte em busca de encontros e, eventualmente, invade um parque municipal. O longa propõe um olhar contemporâneo e sem filtros sobre o sexo, abordando-o de forma aberta e sem recorrer à construção tradicional de personagens psicológicos.
Inspirado na história do Parque Municipal de Belo Horizonte, o filme também faz uma reflexão sobre o local, que, ao longo das décadas, se tornou um ponto de encontro para a comunidade gay, sendo posteriormente cercado e transformado para afastar esses encontros. A obra traz à tona essa história com uma proposta de imersão sensorial, permitindo que o público reflita sobre os limites da representação da sexualidade na imagem e no cinema. O diretor destaca que o filme busca instigar discussões e debates sobre as fronteiras do desejo e da exploração no audiovisual.
Apesar do orçamento limitado de aproximadamente R$ 80.000, o filme foi realizado com uma equipe colaborativa e sem contar com leis de incentivo, o que reflete o espírito independente da produção. Já exibido em diversos festivais internacionais, como o Porn Film Festival de Berlim e o Festival de Marseille, “Parque de Diversões” agora chega aos cinemas brasileiros com a intenção de desafiar as normas sociais e oferecer uma experiência única ao público, ao mesmo tempo em que procura contribuir para a desmistificação do sexo como um tabu.