Em 2024, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) experimentaram um crescimento significativo, com uma captação líquida recorde de R$ 113,5 bilhões, representando um aumento de 184% em relação ao ano anterior. O patrimônio líquido desses fundos ultrapassou os R$ 589 bilhões, superando os fundos de ações em termos de gestão. O aumento no número de fundos e a crescente participação de investidores de pessoas físicas, que investiram R$ 15,98 bilhões até outubro, são indicadores do fortalecimento dessa classe de ativos. Especialistas apontam que os FIDCs têm se mostrado uma opção atraente para investidores em busca de rentabilidade em um cenário de juros elevados e spreads comprimidos.
O sucesso dos FIDCs é impulsionado pela demanda crescente por crédito por parte das empresas, que enfrentam dificuldades para acessar os bancos devido a critérios restritivos, e pela busca dos investidores por alternativas de maior rentabilidade no mercado de crédito privado. O aumento do uso de tecnologia para gerenciar grandes volumes de transações tem sido outro fator crucial para o crescimento dos fundos, permitindo uma originação mais eficiente e a diversificação dos ativos em carteira. No entanto, a alta da Selic em 2025 pode aumentar os riscos de crédito, exigindo maior seletividade na concessão de financiamentos.
Apesar dos desafios, como a potencial compressão dos spreads e a elevação dos custos das dívidas, os FIDCs continuam sendo vistos como uma opção vantajosa, especialmente em um ambiente onde outras alternativas de crédito, como debêntures e empréstimos bancários, são mais caras e demoradas. A combinação de demanda aquecida por crédito e um cenário econômico favorável indica que os FIDCs devem seguir apresentando um desempenho positivo, com especialistas projetando um ano de forte crescimento para 2025.