A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) enfrenta resistência de servidores e sindicalistas após a suspensão do funcionamento do bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), em Belo Horizonte, em 6 de janeiro. O fechamento ocorreu devido a um defeito em um equipamento utilizado para alguns tipos de cirurgias, o que levou à transferência de pacientes para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. A medida gerou críticas por parte de médicos e técnicos, que alegam que a interrupção do atendimento não era necessária e que o HMAL poderia seguir realizando cirurgias com recursos alternativos.
Durante uma reunião convocada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, a Fhemig não estabeleceu prazo para a reabertura do bloco cirúrgico do HMAL, causando ainda mais insatisfação entre os profissionais de saúde. A diretora clínica do hospital e outros servidores afirmam que a suspensão das cirurgias, que afetaram cerca de 200 procedimentos mensais, pode agravar a fila de espera por atendimentos em Minas Gerais, já sobrecarregada. Por sua vez, a Fhemig argumentou que o Hospital João XXIII tem capacidade para absorver os atendimentos e que os funcionários transferidos para lá receberiam benefícios financeiros.
O Ministério Público de Minas Gerais também se envolveu no caso, cobrando explicações sobre a situação do bloco cirúrgico fechado. O Hospital Maria Amélia Lins é reconhecido por realizar cirurgias de alta complexidade, como traumato-ortopedia e bucomaxilofacial, e a interrupção de seus serviços tem causado preocupação em relação à demanda por atendimentos especializados no estado. Enquanto isso, o Sindicato dos Servidores da Saúde de Minas Gerais organizou um ato para pressionar por uma solução para o impasse, que será realizado na próxima quarta-feira (15), em frente ao hospital.