O Festival de Águas Claras, realizado em Iacanga (SP), completou 50 anos em 2025, sendo considerado um dos eventos mais importantes da história musical do Brasil. Criado em 1975 por Antonio Checchin, o evento, que começou como uma reunião entre amigos e familiares, rapidamente se transformou em um marco cultural que reuniu mais de 15 mil pessoas, principalmente jovens influenciados pelo movimento hippie e a contracultura dos anos 60. A primeira edição do festival, marcada pela repressão da ditadura militar, foi possível após um acordo com as autoridades locais, que impuseram uma série de restrições ao evento.
Com o tempo, o Festival de Águas Claras ganhou repercussão nacional e passou a contar com a presença de grandes nomes da música brasileira, como Gilberto Gil, João Gilberto, e Raul Seixas, além de milhares de visitantes que chegavam de diversas partes do país. As edições seguintes, realizadas até 1984, seguiram ampliando o impacto cultural do evento, atraindo mais de 100 mil pessoas, incluindo artistas da música popular brasileira e da música experimental. Mesmo enfrentando desafios políticos e logísticos, o festival se consolidou como um símbolo da resistência e da liberdade de expressão em uma época de forte censura.
A memória do Festival de Águas Claras permanece viva através de documentários e iniciativas que celebram sua importância cultural, como o filme “O Barato de Iacanga” (2019), que resgatou a história do evento. Para os envolvidos, o festival foi uma contribuição essencial para a música e para a cultura brasileira. Leivinha, seu fundador, reflete sobre o impacto do evento, destacando a importância de ter proporcionado uma plataforma para a música e a arte do país, que continuam a influenciar gerações. Cinquenta anos após sua primeira edição, o festival é lembrado como um dos maiores eventos culturais do Brasil, com um legado que ainda reverbera no cenário musical contemporâneo.