Fernanda Torres, vencedora do prêmio de melhor atriz de drama pelo filme *Ainda estou aqui*, descreveu a conquista como uma “Mega-Sena acumulada”, destacando o sentimento de revanchismo por parte do público brasileiro. Este sentimento remonta à derrota de sua mãe, Fernanda Montenegro, ao Oscar de 1999. Fernanda enfatizou que a vitória não apenas celebrou seu trabalho, mas também simbolizou a superação de barreiras culturais e linguísticas, algo raro para produções em português.
A atriz descreveu sua surpresa e emoção ao ser anunciada vencedora por Viola Davis, enquanto concorria com nomes de peso como Nicole Kidman, Angelina Jolie e Kate Winslet. Apesar da premiação, Fernanda afirmou que sua base permanece no Brasil e que só consideraria novos projetos internacionais se fossem relevantes e interessantes. Durante a entrevista, mencionou a conexão positiva com suas concorrentes e a felicidade delas por sua vitória, além de destacar o impacto emocional de representar a história de Eunice Paiva, uma figura emblemática da luta pelos direitos humanos no Brasil.
Fernanda também refletiu sobre a surrealidade de vivenciar uma cerimônia tão prestigiosa, comparando-a a um sonho. A barreira linguística do filme, segundo ela, tornava a vitória improvável, o que tornou o reconhecimento ainda mais significativo. A produção dirigida por Walter Salles marcou um momento histórico para o cinema brasileiro, sendo a primeira vitória no prêmio desde 1999, reforçando a relevância do trabalho artístico do país em escala global.