Em 2024, a Paraíba registrou 25 casos de feminicídio, uma média de dois assassinatos de mulheres por mês, de acordo com dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O estado tem enfrentado uma crescente ameaça à segurança das mulheres, com números que, embora menores do que em anos anteriores, ainda são alarmantes. Em comparação com 2023, houve uma redução de 26,47% nos casos de feminicídio, mas o ano de 2024 ainda apresentou picos de violência em meses como fevereiro e setembro. A maioria dos crimes ocorreu em cidades como João Pessoa e Campina Grande, e os principais responsáveis foram homens com quem as vítimas mantinham ou mantiveram relacionamentos.
O feminicídio passou a ser um crime autônomo em 2024 com a sanção da Lei nº 14.994, que também trouxe novas medidas de prevenção à violência contra a mulher. Esse tipo de crime, conforme a lei, ocorre quando a motivação está ligada à condição de sexo feminino, seja por violência doméstica ou discriminação. Nos últimos dez anos, o estado contabilizou 289 feminicídios, com os piores períodos ocorrendo em 2019 e 2020, quando os números superaram os 30 casos anuais. Em contraste, os anos de 2015 e 2016 apresentaram os menores índices, com 18 e 24 feminicídios, respectivamente.
Além dos feminicídios, outras 41 mulheres foram vítimas de homicídios dolosos em 2024. Entre os casos registrados, destaca-se o assassinato de uma adolescente de 15 anos em Monteiro, que foi vítima de violência doméstica e não conseguiu denunciar o agressor. Para combater essa violência, a população pode recorrer a canais de denúncia como o Disque Denúncia e o aplicativo SOS Mulher PB, disponível para dispositivos móveis. Esses mecanismos têm como objetivo fortalecer a proteção das mulheres e promover investigações mais eficazes sobre os casos de violência.