O Federal Reserve (Fed) anunciou nesta sexta-feira (17) sua saída da Rede de Bancos Centrais e Supervisores para um Sistema Financeiro Verde, um grupo internacional criado para discutir como os riscos climáticos impactam o sistema financeiro. O banco central dos Estados Unidos justificou sua decisão afirmando que o escopo do grupo se expandiu para além de suas atribuições originais, o que não está alinhado com o seu mandato. O Fed havia se integrado à rede em 2020, três dias antes da posse do então presidente eleito, Donald Trump, que já havia demonstrado oposição a políticas governamentais sobre mudanças climáticas.
A rede, formada em 2017, foi concebida com o objetivo de ajudar bancos centrais e reguladores a incorporarem os riscos ambientais em suas estratégias de política monetária e supervisão financeira. A decisão do Fed reflete uma visão mais restrita sobre o papel que o banco central deve desempenhar na regulação de questões ambientais. A saída do grupo também ressalta a posição de Jerome Powell, presidente do Fed, que argumenta que a definição de políticas sobre mudanças climáticas é responsabilidade do Congresso, e não de um banco central.
Nos últimos anos, o Fed tomou algumas medidas para considerar o impacto das mudanças climáticas em sua análise financeira, com publicações de relatórios e avaliações preliminares. No entanto, a postura do banco permanece a de que ele deve se concentrar em sua missão principal de estabilidade monetária e supervisão, deixando questões ambientais mais amplas para serem tratadas por outras instâncias do governo. O Fed, portanto, continuará monitorando os riscos climáticos, mas sem se comprometer com a elaboração de políticas relacionadas diretamente às mudanças climáticas.