A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), representada por Isaac Sidney, expressou nesta quarta-feira, 29, preocupações sobre a criação de um teto de juros no novo modelo de crédito consignado para trabalhadores do setor privado. Sidney argumentou que essa medida poderia prejudicar a competição entre os bancos, sugerindo que o mercado poderia se autorregular de forma mais eficiente sem a imposição de limites nas taxas. Segundo ele, quanto maior a liberdade de competição, mais vantajoso seria para o trabalhador, que poderia escolher entre diferentes instituições financeiras.
O tema foi discutido em reunião com o governo, incluindo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que confirmou que a proposta do teto de juros ainda está em análise. Embora a Febraban se oponha à ideia, a discussão continua sobre como garantir acesso ao crédito de forma mais barata para os trabalhadores. A instituição financeira defende que, se mais garantias forem oferecidas pelos trabalhadores, como a utilização de recursos do FGTS, o crédito seria mais acessível e com taxas mais baixas.
Sidney também comentou sobre a importância das informações disponíveis para a análise de risco de crédito. Para ele, um maior acesso a dados sobre a situação do trabalhador, como o porte da empresa e o nível de endividamento, permitiria uma precificação mais justa e personalizada das taxas de juros. A proposta de ampliar o uso do FGTS como garantia para o crédito foi discutida internamente, mas o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que os bancos estão satisfeitos com a garantia atual de até 10% do saldo do FGTS.