A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) se manifestou nesta quinta-feira (9) sobre o novo teto de juros para o crédito consignado do INSS, fixado em 1,8%. A entidade afirmou que o valor não é suficiente para cobrir os custos operacionais da linha de crédito, que é destinada a aposentados e pensionistas. Segundo a Febraban, essa limitação de juros não permitirá que as instituições financeiras atendam adequadamente à demanda por empréstimos, o que pode resultar em uma oferta reduzida dessa modalidade.
O aumento do teto de 1,66% para 1,8% foi decidido pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), atendendo a uma proposta do governo. No entanto, a Febraban argumenta que a elevação não é suficiente para absorver as despesas associadas à concessão do crédito, especialmente considerando o aumento das taxas de juros, como a Selic, que eleva o custo de captação das instituições financeiras. Além disso, a entidade destacou que a rentabilidade da linha de crédito para os bancos continuará sendo negativa, o que poderá afetar ainda mais a concessão de empréstimos a aposentados e pensionistas.
A Febraban ainda ressaltou que o crédito consignado é uma ferramenta importante para o público-alvo, sendo utilizado para pagar dívidas, despesas médicas e outras necessidades do dia a dia. Contudo, a entidade alertou que a falta de uma abordagem econômica mais equilibrada na definição do teto de juros tem prejudicado especialmente os beneficiários com maior risco, como idosos e aqueles que recebem benefícios menores. Dados apresentados pela Febraban mostram uma queda nas concessões dessa modalidade de crédito, com uma redução de 27% em dezembro de 2024 em relação à média dos meses anteriores.