A FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos revogou a autorização de uso da eritrosina, um corante vermelho sintético, após estudos apontarem que ele causou câncer em ratos de laboratório. A decisão foi tomada em conformidade com a Cláusula Delaney, que proíbe o uso de qualquer substância considerada cancerígena. A medida afeta produtos alimentícios, como doces e bebidas, além de medicamentos como xaropes para tosse, que utilizam a substância para dar uma coloração vermelha. A eritrosina também já havia sido proibida em cosméticos nos EUA devido aos riscos à saúde.
No Brasil, a Anvisa ainda permite o uso do corante em certos alimentos e medicamentos, alegando que os efeitos carcinogênicos observados em ratos não se aplicam a humanos, conforme estudos realizados. A agência destacou que, em 2018, um comitê internacional da OMS e FAO avaliou a segurança do corante e concluiu que sua presença na dieta humana não representaria risco significativo à saúde. A posição da Anvisa reflete os argumentos de organizações como a International Association of Color Manufacturers, que defendem a continuidade do uso do corante.
Especialistas em saúde comemoraram a decisão da FDA, considerando-a um avanço, mas afirmaram que a ação foi demorada. Alguns críticos destacaram que a FDA tem um histórico de autorizar produtos químicos com base em evidências limitadas e que a agência carece de um sistema eficaz para reavaliar a segurança de substâncias já aprovadas. A Anvisa, por sua vez, afirmou que revisará a decisão da FDA e as evidências científicas que motivaram a mudança na regulamentação americana, caso surjam novas informações sobre os riscos do corante.