Após o desbloqueio das vias de acesso ao norte de Gaza, famílias palestinas deslocadas pelo conflito entre Israel e Hamas começaram a retornar aos seus lares nesta segunda-feira (27). O desbloqueio foi possível graças a um acordo entre as partes para a liberação de reféns, com a promessa de libertação de mais quatro prisioneiros israelenses até o final de janeiro. A decisão foi anunciada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, e é vista como um avanço nas negociações mediadas por países como os Estados Unidos e o Egito, após mais de um mês de negociações.
Apesar das dificuldades e da destruição visível nas áreas afetadas, os palestinos estão comemorando a possibilidade de voltar às suas casas. O retorno ocorre após dias de bloqueios, que geraram frustração entre os deslocados, especialmente devido à recusa do Hamas em cumprir acordos anteriores de cessar-fogo. Durante este processo, Israel também liberou 200 prisioneiros palestinos, incluindo vários que cumpriam penas por ataques fatais a israelenses. O governo egípcio tem mediado os avanços nesse processo, com a expectativa de novas trocas de prisioneiros nas próximas semanas.
O acordo de cessar-fogo estabeleceu etapas que incluem a liberação contínua de reféns, o retorno gradual da normalidade nas travessias entre Gaza e o Egito, e a promessa de um aumento na entrada de ajuda humanitária. As negociações também abordam a possibilidade de reconstrução de Gaza, o que poderia levar anos. O futuro da governança da região, no entanto, continua sendo um ponto de discórdia entre as partes envolvidas, já que Israel rejeita a ideia de que o Hamas controle o processo de reconstrução.