O Banco Central Europeu (BCE) indicou que as famílias da zona do euro provavelmente continuarão poupando uma parte significativa de sua renda, buscando recuperar o patrimônio perdido devido à inflação elevada nos últimos anos. Essa tendência de poupança persistente contribui para o baixo crescimento do consumo, o que segue impactando negativamente a economia da região. Embora a taxa de poupança de 15,7% da renda disponível no segundo trimestre de 2023 tenha sido um valor elevado, esse comportamento continua a afetar o consumo, frustrando as expectativas de recuperação econômica impulsionada pelo gasto das famílias.
A principal razão para o aumento da poupança é a inflação alta observada em 2021 e 2022, que reduziu o poder de compra das famílias e aumentou a necessidade de recompor a riqueza perdida. O BCE aponta que, apesar dessa retração no consumo, a recuperação gradual da renda real das famílias, aliada à moderação das taxas de juros, deve ajudar a reduzir a taxa de poupança no médio prazo. No entanto, essa redução deve ocorrer de forma lenta, já que as famílias ainda estão focadas em recuperar o poder de compra perdido.
O BCE mantém sua previsão de que, a longo prazo, o consumo das famílias será retomado, impulsionado por uma queda na taxa de poupança e pelo crescimento contínuo da renda real do trabalho. Isso deverá, segundo o banco, contribuir para um impulso ao consumo privado, promovendo, eventualmente, uma recuperação econômica mais robusta. O cenário atual, no entanto, segue sendo marcado por um crescimento econômico estagnado, com expectativas de uma recuperação mais gradual.