Os herdeiros de Abílio Diniz decidiram vender suas ações no Carrefour Brasil e na França, detidas por meio do Family Office Península Participações. No Brasil, a Península é o segundo maior acionista, com cerca de 7,3% das ações, avaliada em R$ 890 milhões, e possui três dos 13 assentos no conselho de administração. Além disso, a família detém aproximadamente 8,8% do Carrefour na França, o que corresponde a cerca de R$ 5 bilhões. A decisão de desinvestir foi confirmada por fontes da mídia e pode ter implicações importantes para a empresa.
De acordo com analistas, a venda dessas ações pode gerar uma pressão sobre o preço das ações do Carrefour Brasil, que já enfrenta desafios operacionais. Embora as mudanças estratégicas influenciadas por Diniz tenham sido preservadas, os resultados operacionais não se mostraram tão positivos quanto o esperado. O JPMorgan destaca que a posição da Península equivale a cerca de 9 dias de negociação, o que pode afetar tanto a gestão quanto a independência da operação local em relação à controladora francesa.
Em termos de perspectivas, os analistas indicam que as ações do Carrefour Brasil continuarão sob pressão, com a empresa negociando a 7 vezes o preço/lucro estimado para 2025. A XP vê o desinvestimento como um fator negativo, pois pode aumentar a volatilidade das ações. Por outro lado, apesar das dificuldades, as ações do Carrefour Brasil apresentaram alta superior a 3% no dia, acompanhando os ganhos do Ibovespa.