Quase um ano após o falecimento de Abilio Diniz, a família do empresário, conhecida por seu papel na criação do Grupo Pão de Açúcar (GPA), está considerando a venda de sua participação no Carrefour, tanto no Brasil quanto na França. A decisão de desinvestir, de acordo com fontes do Valor, já foi tomada, mas a família está analisando o melhor momento para concretizar a operação, levando em conta fatores estratégicos, especialmente no que se refere ao contexto do mercado e à concorrência de outros acionistas, como a família Moulin, controladora do Galeries Lafayette, que pode realizar novas vendas de participação no Carrefour.
No cenário internacional, a família Diniz busca sair antes que o controle do grupo Carrefour sofra mais movimentações, o que poderia impactar negativamente a cotação das ações da varejista francesa. Embora a venda em bloco das ações administradas pelos fundos da Península, empresa de investimentos da família, seja uma opção, esse tipo de operação dependeria da identificação de um comprador interessado, especialmente diante de um cenário desafiador para o varejo alimentar global e para o Carrefour.
Em 2024, a família Moulin reduziu sua participação na rede francesa, o que gerou incertezas sobre o futuro do Carrefour no mercado. No entanto, a intenção pública de não vender mais fatias e a conjuntura negativa enfrentada pela companhia tornam a venda de ações mais complexa, exigindo uma análise cuidadosa sobre como realizar o desinvestimento sem afetar ainda mais o desempenho das ações no mercado.