A família de Mãe Bernadete, líder quilombola assassinada em agosto de 2023, entrou com uma ação judicial contra a União Federal e o Governo do Estado da Bahia, alegando falhas nas medidas de proteção que levaram ao crime e que continuam afetando a segurança dos familiares. A defesa pede uma indenização de R$ 11,8 milhões por danos morais para os netos e uma filha da vítima, além de solicitar que o neto de Mãe Bernadete, que assumiu a liderança da associação quilombola, receba proteção adequada. O processo questiona a demora na demarcação do território quilombola e as falhas no programa de proteção que deveria resguardar os defensores de direitos humanos.
O assassinato de Mãe Bernadete foi motivado pela sua oposição ao tráfico de drogas na região, e os criminosos envolvidos seriam membros de facções locais. Após o crime, a investigação revelou que o assassinato foi encomendado, e os envolvidos foram identificados e presos, com alguns ainda foragidos. O caso gerou grande repercussão, com a participação de autoridades locais e federais na apuração. A justiça está agora focada no julgamento dos suspeitos, incluindo aqueles que serão processados por homicídio qualificado e outros crimes relacionados.
Além da ação judicial, a defesa da família solicita melhorias nas condições de segurança para o novo líder quilombola, Wellington Gabriel, apontando falhas no serviço de proteção, como a falta de blindagem no veículo e a constante troca de responsáveis pela segurança. A solicitação inclui também a nomeação de procuradores especializados para lidar com questões de direitos humanos e proteção de comunidades tradicionais, como a de Mãe Bernadete. O processo continua em andamento na Justiça Federal, sem uma decisão definitiva até o momento.