A execução de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) tem enfrentado sérios obstáculos nos estados brasileiros. Desde 2019, o Ministério da Justiça repassou R$ 5,5 bilhões aos governos estaduais para investimentos em segurança, mas apenas metade dessa quantia foi utilizada efetivamente até o momento. O restante continua acumulado em contas públicas, gerando críticas por sua baixa aplicação em áreas essenciais, como compra de equipamentos, capacitação de policiais e implementação de medidas de saúde mental.
A burocracia e a falta de planejamento adequado têm sido apontadas como as principais causas para essa demora. Além disso, a pandemia e dificuldades com o processo licitatório também atrasaram a execução dos projetos. Embora o prazo para utilização desses recursos tenha sido estendido até 2026, estados como Bahia, Rio de Janeiro e Tocantins ainda apresentam altos saldos não utilizados, o que coloca em risco a efetividade de investimentos que poderiam melhorar a segurança pública e reduzir índices de criminalidade.
Especialistas ressaltam que a ineficiência no uso desses recursos não só prejudica a redução da violência, mas também compromete a implementação de medidas importantes para a segurança dos próprios agentes de segurança, como o uso de câmeras corporais e o aprimoramento das condições de trabalho. Com o aumento da pressão para uma execução mais rápida, o desafio agora é garantir que esses bilhões inativos sejam transformados em ações concretas para melhorar a segurança no país.