O uso de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) tem sido comprometido pela falta de planejamento e pela burocracia, com apenas metade dos valores repassados sendo efetivamente aplicados. Desde 2019, o Ministério da Justiça destinou R$ 5,5 bilhões para estados brasileiros, mas apenas R$ 2,7 bilhões foram utilizados. O dinheiro deveria ser aplicado em melhorias na segurança, como a compra de equipamentos e treinamento policial, mas a execução dos projetos enfrenta grandes obstáculos.
Os maiores saldos não utilizados estão nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e Tocantins, sendo que, no Rio, a crise de segurança é uma das mais graves. A falta de aplicação dos recursos tem gerado atrasos na implementação de ações essenciais, como a aquisição de veículos, coletes e câmeras corporais, além de cursos de capacitação para policiais. O prazo para a utilização das verbas foi estendido até 2026, com o objetivo de evitar a perda dos valores, mas a lentidão continua sendo um desafio.
Especialistas apontam que o principal problema está no planejamento ineficaz, o que compromete a redução da criminalidade e a melhoria das condições de trabalho dos agentes de segurança. A demora na execução também prejudica iniciativas importantes para reduzir a letalidade policial, como o uso de câmeras nas abordagens. Embora o ritmo de aplicação tenha acelerado desde 2023, a grande quantidade de recursos ainda disponível exige ações rápidas e eficientes para garantir a melhoria da segurança pública no país.