Farmácias de Santos, no litoral de São Paulo, enfrentam a falta do medicamento Ozempic, utilizado principalmente para o tratamento de diabetes tipo 2. Segundo a fornecedora Novo Nordisk, a alta demanda não prevista, impulsionada pelo uso do remédio para emagrecimento, causou a escassez em todo o Brasil. O medicamento, conhecido popularmente como “canetinha”, possui a semaglutida como princípio ativo, que regula os níveis de glicose e promove saciedade. Apesar do desabastecimento, a empresa garantiu que não há problemas regulatórios ou de qualidade e que a reposição ocorrerá gradualmente.
Especialistas alertam para os impactos da falta de Ozempic em pacientes diabéticos, especialmente idosos, que podem enfrentar descontrole glicêmico e aumento dos riscos de doenças cardiovasculares. O uso do remédio para perda de peso, muitas vezes sem prescrição médica, também preocupa, visto que contribui para a escassez e promove vendas irregulares em algumas farmácias. Além disso, os médicos reforçam a importância de orientação profissional em qualquer substituição de medicamentos, já que opções como Wegovy e Rybelsus, também à base de semaglutida, possuem dosagens e indicações diferentes.
A interrupção do tratamento com Ozempic pode levar a consequências graves, como hipertensão e maior risco de infarto e AVC em pacientes diabéticos. O problema expõe desafios éticos e sanitários no abastecimento e uso responsável do medicamento, intensificando o debate sobre sua prescrição para finalidades estéticas. Farmácias e profissionais de saúde recomendam alternativas disponíveis e reforçam a necessidade de acompanhamento médico para garantir a segurança e eficácia dos tratamentos.