A fadiga pós-viral, uma condição pouco compreendida, se intensificou após a pandemia de covid-19, mas não é nova. Ela é caracterizada por exaustão persistente após infecções virais ou bacterianas, e foi associada a doenças como Sars, Ebola e até a gripe. Embora tenha sido vista por muito tempo como uma questão psicológica, pesquisas mais recentes sugerem que a fadiga pós-viral pode ser causada por fatores fisiológicos complexos, como o impacto nas mitocôndrias, as células responsáveis pela produção de energia. A covid longa, por exemplo, apresenta sintomas de fadiga tão severos que afetam a capacidade dos indivíduos de realizar tarefas cotidianas.
Estudos estão sendo conduzidos para entender melhor essa condição e seus mecanismos subjacentes. Cientistas como Rosalind Adam investigam diferentes padrões de fadiga, com o uso de tecnologias de monitoramento e inteligência artificial para classificar essas manifestações e identificar tratamentos mais eficazes. Uma das abordagens inclui o estudo do mal-estar pós-esforço (PEM), onde atividades simples podem resultar em um colapso físico prolongado. Entre as teorias exploradas, destacam-se questões como inflamações, distúrbios do sono e deficiências hormonais, além da persistência de pequenas quantidades do vírus no organismo.
Tratamentos tradicionais, como o exercício gradual, têm sido avaliados, mas nem sempre oferecem bons resultados, e podem até agravar a condição em alguns casos. Em contrapartida, novas alternativas terapêuticas estão sendo testadas, como o uso de suplementos e medicações direcionadas ao fortalecimento da função mitocondrial. Pesquisas ainda estão em andamento para identificar as causas exatas da fadiga pós-viral e desenvolver intervenções mais eficazes, trazendo novas esperanças para os pacientes que sofrem com essa condição debilitante.