O Facebook foi a plataforma que mais recebeu recursos nas últimas eleições brasileiras, conforme dados do sistema Divulgacand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O valor destinado à empresa cresceu significativamente, passando de R$ 1.700, em 2014, para quase R$ 200 milhões em 2024. A Meta, dona do Facebook e Instagram, gerou controvérsias ao afrouxar restrições sobre conteúdos preconceituosos e mudar suas políticas de checagem de informações nos Estados Unidos, o que gerou questionamentos sobre o impacto de suas decisões no processo eleitoral.
Especialistas criticam o monopólio do Facebook nas campanhas eleitorais e apontam uma desigualdade nas regras entre as redes sociais e as mídias tradicionais. O Facebook foi o principal fornecedor de campanhas em 2022 e 2024, com gastos majoritários em impulsionamento de conteúdo. Em 2024, o valor investido pelas campanhas brasileiras foi de R$ 6,6 bilhões, e o Facebook ficou com apenas 3% desse total. Candidatos como Guilherme Boulos e Evandro Leitão destacaram-se no uso de suas plataformas para impulsionar candidaturas.
A preocupação com a concentração de poder em grandes plataformas é crescente, especialmente com a falta de alternativas nacionais para suprir as necessidades das campanhas. Especialistas como Felipe Soutello e Bruno Andrade apontam a necessidade de uma revisão das normas eleitorais, sugerindo que a legislação permita maior diversidade de meios de comunicação para a divulgação política, sem que as redes sociais se tornem um monopólio nas eleições.