Em 2025, o setor de planos de saúde enfrenta um cenário de mudanças e desafios. Após um período de recuperação financeira, impulsionado pelo aumento de usuários, o mercado continua a lidar com questões como judicialização, custos elevados e falta de transparência nos reajustes, o que mantém o setor entre os mais reclamados em órgãos de defesa do consumidor. A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) prevê um crescimento de 10,9% para os próximos anos, mas a padronização dos produtos e a inclusão de novos tratamentos no rol de coberturas pressionam os custos, exigindo uma regulação mais flexível, que permita maior personalização dos planos e alternativas mais acessíveis aos consumidores.
No entanto, as novas regras propostas pela ANS, como a criação de planos com franquia, geram preocupações. O modelo, semelhante ao de seguros de automóveis, pode levar a uma migração para planos coletivos e aumentar a instabilidade no mercado. As operadoras de saúde, já sobrecarregadas com os custos de fraudes e com um número crescente de litígios, podem se ver obrigadas a alterar seus modelos de negócio, o que afeta diretamente os beneficiários. O número de pessoas com planos de saúde atingiu um recorde em outubro de 2024, mas a insegurança jurídica e as mudanças regulatórias indicam que 2025 será um ano de ajustes e instabilidade.
Entre os desafios para os consumidores, o reajuste de preços continua a ser um dos maiores. Em especial, os planos coletivos com poucas vidas, como os contratados por MEIs e PMEs, podem enfrentar aumentos mais agressivos, levando os usuários a mudar de operadora com frequência em busca de preços mais baixos. Essa rotatividade, embora possa reduzir custos, também gera insatisfação, já que os beneficiários muitas vezes perdem a continuidade de tratamentos e consultórios. O cenário exige mais informação e atenção por parte dos consumidores, que precisarão estar bem informados para tomar decisões adequadas em um ambiente em constante mudança.