O relatório Focus do Banco Central, que reúne as projeções econômicas do mercado, indica pouca alteração nas expectativas para 2025 em relação à semana anterior. A inflação projetada permanece em 5%, a taxa Selic em 15% ao ano, o dólar cotado a R$ 6,00 e o crescimento econômico estimado em 2,02%. No entanto, a experiência de 2024 mostra que as projeções podem se distorcer ao longo do ano. Por exemplo, a expectativa de inflação para 2024 era de cerca de 3,7%, mas o IPCA fechou em 4,84%. Além disso, a Selic esperada era de 9%, enquanto ficou em 12,25%, e a previsão do dólar estava em torno de R$ 5,00, mas o valor ultrapassou os R$ 6,00.
Apesar dessas variações, os erros do passado não invalidam as projeções para 2025. O relatório Focus não deve ser visto como uma previsão infalível, mas sim como um reflexo das expectativas do mercado naquele momento. Essas projeções têm papel relevante, pois orientam as decisões de empresários, investidores, trabalhadores e consumidores, que baseiam suas escolhas nas expectativas futuras. No entanto, essas expectativas nem sempre se concretizam de maneira precisa, e os agentes econômicos não as seguem rigidamente.
Uma análise mais precisa pode ser feita observando os preços dos ativos financeiros, como o dólar, as taxas de juros futuros e o desempenho da bolsa de valores. Esses ativos incorporam o risco e as expectativas de maneira mais direta, uma vez que envolvem transações reais de mercado. O cenário atual indica que o futuro econômico tende a ser mais desafiador, o que é confirmado tanto pelo boletim Focus quanto pelos preços dos ativos. Para evitar surpresas negativas, é crucial que o governo considere esses sinais de forma séria e proativa.