Na última sexta-feira (10), o dólar fechou em alta de 1%, cotado a R$ 6,1017, após uma semana marcada por volatilidade, enquanto o Ibovespa recuou 0,77%, fechando aos 118.856 pontos. O início da semana, no entanto, é de leve baixa para a moeda norte-americana, com o mercado atento a dados econômicos importantes. No Brasil, o destaque é para a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), previsto para quinta-feira (16), que pode antecipar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2024. Além disso, o Boletim Focus trouxe uma revisão das projeções para a inflação, com uma expectativa de 5% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025, acima do teto da meta estabelecida pelo governo.
Externamente, investidores também observam os dados de inflação dos Estados Unidos, que serão divulgados ao longo da semana. A inflação ao produtor será conhecida nesta terça-feira (14) e o Índice de Preços ao Consumidor na quarta-feira (15), ambos relativos a dezembro. A inflação americana é um fator crucial para a política monetária do Federal Reserve (Fed), que pode alterar sua trajetória de juros dependendo do comportamento dos preços. Uma inflação mais controlada pode estimular o corte nas taxas de juros, enfraquecendo o dólar, enquanto uma aceleração poderia fortalecer a moeda americana, especialmente com a chegada de um novo governo nos Estados Unidos, que promete implementar tarifas adicionais sobre produtos importados.
O cenário de inflação e taxa de câmbio também está sendo influenciado por fatores internos no Brasil, como a atividade econômica ainda aquecida e a depreciação do real. O mercado segue atento à evolução do cenário fiscal, especialmente em relação a medidas do governo para conter as despesas públicas. A previsão do Boletim Focus aponta que o dólar deve terminar o ano cotado a R$ 6, com os mercados observando os desdobramentos políticos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. A posse do novo presidente americano, marcada para 20 de janeiro, também é vista como um fator de risco, dado que novas tarifas podem agravar a inflação no país e alterar a dinâmica econômica global.