O mercado financeiro brasileiro iniciou o ano com um movimento de cautela, impulsionado pela possibilidade de um endurecimento nas políticas comerciais do governo Trump, que assume a presidência dos EUA no dia 20. A expectativa de novas tarifas internacionais, principalmente contra o México e o Canadá, pressionou os ativos brasileiros, resultando em uma queda do Ibovespa de 1,27%, retrocedendo aos 119.624 pontos. As ações de grandes empresas como Vale, Petrobras e bancos pesaram negativamente no índice, enquanto poucas empresas, como Pão de Açúcar e Marfrig, conseguiram se destacar com ganhos.
A tensão geopolítica aumentou com declarações de Trump que sugerem uma possível reconfiguração econômica global, como o endurecimento das tarifas de importação. Essa abordagem gerou especulações sobre uma potencial emergência econômica nos EUA e uma possível revisão na liderança do Federal Reserve. Enquanto isso, no Brasil, o real seguiu pressionado pelo fortalecimento do dólar, que teve leve alta em relação à moeda brasileira. A expectativa também se volta para os dados de inflação da China, cuja economia tem grande impacto sobre as commodities, afetando ainda mais o sentimento no mercado local.
Internamente, o governo brasileiro tem adotado um tom mais pragmático em relação às políticas fiscais, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconhecendo a necessidade de ajustes. No entanto, a combinação de incertezas externas e a volatilidade nas políticas monetárias globais dificultam uma recuperação sólida para o mercado de ações no Brasil. A ata do Federal Reserve, divulgada nesta quarta-feira, trouxe mais clareza sobre a continuidade do ajuste nas taxas de juros nos EUA, mas não alterou significativamente as expectativas para o futuro próximo, mantendo o cenário de incerteza para os investidores.