Em 2025, a expectativa do mercado é de uma supersafra de soja, o que poderia contribuir para um alívio nos preços agropecuários no atacado. No entanto, a pressão sobre as carnes e o café deve limitar a desaceleração nos preços ao produtor. O aumento do custo da carne, impulsionado pelo ciclo atual da pecuária e pelos efeitos climáticos e câmbio, deve impactar os preços das proteínas alternativas, como carne de frango, de porco e ovos. Esse cenário de alta nos preços das carnes deve persistir até 2027, dificultando uma queda expressiva no preço final.
A alta das carnes no atacado, que acumulou um aumento de 37,40% em 2024, deve continuar em 2025, com uma previsão de alta de até 17% no boi gordo. Além disso, o café, que encerrou 2024 com uma alta de 120,40%, também exercerá pressão sobre a inflação no ano seguinte, mesmo que de forma mais moderada. O impacto dessas commodities no Índice de Preços ao Produtor Agropecuário (IPA-Agro) será significativo, mantendo o índice de preços elevado, com uma projeção de aumento de 4,7% no geral em 2025, mais suave do que os 15,2% de 2024.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as carnes devem continuar sendo um fator importante de pressão no orçamento das famílias brasileiras, com um aumento projetado de 16,4% em 2025, após o avanço de 20,84% em 2024. Em contrapartida, a alimentação no domicílio deverá ter uma leve diminuição, passando de 8,23% para 8,2%. Com isso, a expectativa é que os preços do setor agropecuário permaneçam altos, refletindo o impacto das carnes e do café nas contas dos consumidores e na inflação do país.