A primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob a presidência de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é marcada pela expectativa de manutenção da alta da taxa básica de juros, com projeções de aumento de 12,25% para 13,25% ao ano. A medida é vista como parte da estratégia para controlar a inflação, com o mercado financeiro aguardando novos aumentos nos meses seguintes, chegando a 15% ao ano em meados de 2025, o maior nível em quase 20 anos. Essa reunião também é significativa por ser a primeira presidida por Galípolo, que agora lidera o Banco Central após a mudança na direção da instituição, com a maioria de seus diretores tendo sido nomeada por Lula.
A política de juros elevados, embora com o objetivo de controlar a inflação, enfrenta críticas. A presidente do PT, por exemplo, apontou que a alta dos juros poderia prejudicar a economia e aumentar a dívida pública, sem trazer benefícios claros para o controle da inflação. Apesar disso, o Banco Central se mantém firme em sua estratégia, buscando atingir a meta de inflação de 3%, com projeções de inflação acima dessa meta para os próximos anos, o que pode justificar ajustes na taxa de juros. A política monetária segue um sistema de metas, e o Copom deve considerar as projeções de inflação para determinar os ajustes necessários.
Além das questões internas, fatores como a desvalorização da moeda e pressões externas, como a variação do dólar e a situação fiscal, também influenciam as decisões do Banco Central. A combinação de um cenário econômico dinâmico e o controle da inflação coloca a gestão de Galípolo diante de um delicado equilíbrio entre estimular o crescimento econômico e evitar uma alta excessiva da inflação. O desafio será manter a estabilidade econômica enquanto enfrenta críticas sobre a eficácia e as consequências dos aumentos das taxas de juros.