O comandante do Exército, general Tomás Paiva, visitou Roraima na quarta-feira (29) em meio a duas situações que geraram preocupações no governo brasileiro. A primeira foi um exercício militar realizado pela Venezuela na fronteira com o estado, sem aviso prévio, que provocou o fechamento temporário de fronteiras por 12 horas. A segunda diz respeito à suspensão dos repasses de recursos dos Estados Unidos para organizações que ajudam migrantes e refugiados venezuelanos, o que pode sobrecarregar as forças brasileiras que já atuam na região.
A situação de acolhimento de migrantes e refugiados foi impactada pela interrupção de serviços prestados pela Rede Cáritas e pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). Com isso, o governo federal se reuniu para discutir ações emergenciais, incluindo o redirecionamento de servidores das áreas de saúde, assistência social e da Polícia Federal para manter os serviços essenciais em caráter emergencial. A medida visa minimizar os impactos da suspensão das atividades que faziam parte da Operação Acolhida.
Durante sua visita, o general Paiva participou de uma demonstração do uso de simuladores de tiro e mísseis guiados a laser, além de acompanhar o andamento das obras da 2ª Companhia de Fuzileiros de Selva, que faz parte do planejamento estratégico para fortalecer o poder militar na região. O objetivo é transformar o Comando de Fronteira Roraima em um batalhão até 2027, em um esforço para reforçar a segurança e a presença do Exército diante da crescente crise envolvendo o conflito entre Venezuela e Guiana.