Em 2024, o Irã registrou mais de 30 execuções de mulheres, sendo a maioria delas condenadas por tráfico de drogas ou assassinato. De acordo com a ONG Iran Human Rights, 70% das sentenças de morte por assassinato estavam relacionadas a casos de violência doméstica. Esse aumento nas execuções femininas, o maior desde 2008, leva o total de mulheres executadas entre 2010 e 2024 a 241, com grande parte das condenações associadas a crimes cometidos em contextos de abuso doméstico.
O sistema judicial iraniano tem sido criticado por não considerar circunstâncias atenuantes, como o histórico de violência sofrido pelas mulheres, ao aplicar a pena de morte. Casos emblemáticos, como o de mulheres condenadas por matar seus agressores, evidenciam a falha do sistema em proteger as vítimas de violência doméstica, já que a legislação islâmica não permite a consideração do abuso nas sentenças.
Além disso, o aumento das execuções tem sido interpretado como uma estratégia do governo iraniano para gerar medo na população, especialmente após os protestos registrados entre 2022 e 2023. Em outubro de 2024, o país alcançou um recorde de 166 execuções em um único mês, o maior número já registrado desde o início do monitoramento.