O ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou que sua esposa, Michelle Bolsonaro, representará a família na posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para o próximo dia 20 de janeiro, em Washington. A viagem será realizada no sábado, 18, e a esposa do ex-presidente receberá um tratamento especial devido à amizade e consideração estabelecida entre ele e Trump ao longo dos anos. Bolsonaro comentou que, embora a maioria dos amigos se afaste após a saída do poder, no caso de Trump isso não ocorreu.
Porém, o ex-presidente não poderá acompanhar a cerimônia, pois seu pedido de devolução do passaporte foi negado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O passaporte de Bolsonaro foi apreendido desde fevereiro de 2024, no contexto da Operação Tempus Veritatis, que investiga tentativas de golpe de Estado. A decisão do ministro foi embasada no risco de evasão do ex-presidente, além de possíveis tentativas de fuga do país, como sugerido em declarações anteriores.
A defesa de Bolsonaro argumentou que o ex-presidente havia recebido um convite formal para a cerimônia de posse, e que a viagem representaria um interesse legítimo. Contudo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se opôs, alegando que a viagem não apresentava um interesse público que justificasse a flexibilização da restrição, que permanece válida devido às acusações em andamento relacionadas aos eventos de janeiro de 2023.