O ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, de 89 anos, compartilhou com o público que seu câncer de esôfago se espalhou para o fígado, tornando-se irreversível. Ele mencionou que, apesar dos tratamentos realizados, seu corpo não tem mais condições de suportar novas intervenções médicas, como quimioterapia ou cirurgia. Em um discurso marcado pela serenidade, afirmou estar “morrendo” e pediu para ser deixado em paz, sem mais pedidos de entrevistas ou exposições públicas, refletindo sobre a chegada do fim de seu ciclo.
Mujica, que foi presidente entre 2010 e 2015, é uma figura emblemática da política latino-americana, especialmente por sua trajetória de resistência durante a ditadura militar, onde passou 13 anos preso. O câncer foi inicialmente diagnosticado em abril do ano passado e, embora tenha sido considerado controlável no início, a evolução da doença o tornou irreversível. Em novembro, ele passou por uma cirurgia para a colocação de um stent no esôfago, a fim de facilitar a alimentação.
Ao refletir sobre sua condição, Mujica abordou a inevitabilidade da morte, oferecendo uma visão profunda sobre a fragilidade da vida humana. Ele destacou que, por mais que se lute contra ela, a morte é uma batalha que, eventualmente, todos perderemos. Sua postura tranquila diante do fim de sua vida reflete a sabedoria adquirida ao longo de uma carreira marcada por desafios e vitórias políticas, sociais e pessoais.