O ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou que processará o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o ministro afirmar que a família Bolsonaro comprou mais de cem imóveis com recursos provenientes de esquemas de corrupção, conhecidos como rachadinhas. Durante uma declaração no Palácio do Planalto, Haddad acusou o senador Flávio Bolsonaro de ser envolvido em práticas ilícitas, mencionando uma grande quantidade de imóveis adquiridos com dinheiro supostamente desviado de salários de funcionários. Bolsonaro reagiu às acusações, afirmando que acredita na Justiça e que a acusação de Haddad é uma tentativa de desviar a atenção de questões envolvendo o governo atual.
A acusação de Haddad sobre a aquisição de imóveis pela família Bolsonaro foi feita em meio a discussões sobre uma portaria da Receita Federal que aumentaria a fiscalização das transações bancárias, incluindo as realizadas via Pix. A medida gerou críticas, principalmente entre aliados do ex-presidente, que acusaram o governo de intenções punitivas em relação aos contribuintes. A Receita Federal acabou revogando a norma, após a pressão pública e política, esclarecendo que não havia planos de taxar as operações com Pix, mas apenas de aumentar o controle sobre movimentações suspeitas.
O caso dos imóveis foi revelado por uma reportagem de 2022, que destacou a compra de 107 propriedades ao longo de 30 anos pela família Bolsonaro, muitas das quais financiadas com dinheiro em espécie. As investigações sobre o caso de rachadinhas foram inicialmente conduzidas pelo Ministério Público, mas em 2021 o Superior Tribunal de Justiça anulou decisões anteriores, prejudicando o andamento do processo. A polêmica segue alimentando a tensão política entre membros da oposição e do governo, enquanto a Receita Federal se mantém firme em sua postura de fiscalização das movimentações financeiras.