O ex-governador de Tocantins tornou-se réu em uma ação criminal que apura suspeitas de interferência na Polícia Civil para obstruir investigações de corrupção no estado. As investigações, que começaram em 2018, envolvem denúncias de abuso de poder e aparelhamento de instituições para favorecer aliados políticos, inclusive com mudanças estratégicas em cargos da Polícia Civil. A denúncia detalha atos de interferência como a criação de manuais que limitavam a autonomia de delegados e mudanças em equipes de investigação, comprometendo o andamento de apurações de corrupção.
O Ministério Público Estadual identificou que a estruturação da Polícia Civil visava prejudicar investigações e que a troca de delegados, além da eliminação da Divisão Especializada de Combate à Corrupção (DECOR), foi fundamental para esse processo. Em uma tentativa de desmobilizar investigações, os denunciados criaram cargos comissionados e manipularam a avaliação de produtividade dos delegados para justificar transferências e demissões. Além disso, foi identificado um esquema de espionagem envolvendo membros do governo, que usaram recursos da Polícia Civil para monitorar investigações e proteger possíveis envolvidos em corrupção.
As acusações incluem organização criminosa, abuso de poder e violação de dever, com o Ministério Público pedindo a perda de cargos públicos e o pagamento de indenizações. O ex-governador também enfrenta prisões preventivas e investigações adicionais por corrupção, lavagem de dinheiro, obstrução de investigações, e outros crimes relacionados à gestão pública. Enquanto isso, os réus negam as acusações e aguardam o prosseguimento do processo judicial.