Em 2024, mais de 242 milhões de estudantes em 85 países sofreram interrupções em suas atividades escolares devido a eventos climáticos extremos, como ondas de calor, ciclones tropicais, tempestades, inundações e secas, conforme relatório do Unicef. No Brasil, cerca de 1,17 milhão de crianças e adolescentes foram afetados, principalmente pelas enchentes no Rio Grande do Sul. As ondas de calor, que afetaram mais de 118 milhões de estudantes em abril, foram as principais responsáveis pelo fechamento de escolas, seguidas de inundações e outros desastres climáticos que comprometem a educação em diversas regiões do mundo, com destaque para o sul da Ásia.
O impacto das mudanças climáticas na educação tem sido mais significativo em países de renda baixa e média, onde a interrupção prolongada das aulas pode levar ao abandono escolar e aumentar os riscos de casamento e trabalho infantil. Em muitos casos, as escolas não estão preparadas para lidar com esses desastres, e o investimento para mitigar esses impactos ainda é insuficiente. Especialistas do Unicef ressaltam a importância de criar um ambiente escolar resiliente e fornecer apoio psicossocial a crianças e educadores afetados por essas crises.
O Unicef propõe ações globais para proteger as crianças dos impactos climáticos, como investir em escolas mais resistentes a desastres e aumentar o financiamento para melhorar a resiliência climática na educação. Além disso, é necessário adotar um modelo preventivo para garantir que, mesmo em situações de calamidade, as crianças mantenham uma rotina escolar, o que ajuda não só no processo educacional, mas também no bem-estar emocional das famílias afetadas. A educação, como direito fundamental, precisa ser prioridade em momentos de crise climática.