Em janeiro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto oficializando a saída do país do Acordo de Paris, com efeito previsto para 2026, após o cumprimento de prazos legais estabelecidos pelo tratado. A decisão ocorre em um contexto político diferente do cenário de 2017, quando o país já havia anunciado sua intenção de se retirar, mas o processo formal só foi iniciado dois anos depois. O Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura global a menos de 2°C, continua sendo uma ferramenta crucial para o enfrentamento da mudança climática, com compromissos globais de redução de emissões por parte das nações signatárias.
Embora a retirada dos Estados Unidos represente um retrocesso nas negociações climáticas, especialistas destacam que o país ainda permanece comprometido com outros aspectos das negociações globais sobre o clima, como o Protocolo de Kyoto e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). A gerente da WRI Brasil, Míriam Garcia, observa que o impacto da saída dos Estados Unidos pode ser mitigado pela continuidade do envolvimento do país em outras frentes de ação climática e pela participação das empresas e estados norte-americanos. O impacto global, no entanto, permanece sendo um tema de preocupação devido à frustração crescente com o ritmo das mudanças e o não cumprimento de metas estabelecidas no Acordo.
O Acordo de Paris, que surgiu após a falha do Protocolo de Kyoto, é considerado uma das principais respostas multilaterais à crise climática, reunindo quase todos os países do mundo em uma única estrutura de cooperação. A implementação do acordo enfrenta desafios, como o financiamento e as divergências políticas, especialmente em relação a grandes emissores de gases de efeito estufa, como a China e os Estados Unidos. No entanto, ainda é visto como o caminho mais viável para enfrentar os desafios globais impostos pela mudança climática, com um grande número de países já comprometidos a reduzir suas emissões até 2035.