As grandes economias globais, como Estados Unidos e China, têm reduzido suas interações comerciais, enquanto economias de médio porte, como Brasil, Índia e países do Sudeste Asiático, têm se aproximado para ampliar seus mercados. O relatório “Geopolítica e a Geometria do Comércio Global”, do McKinsey Global Institute, destaca que, atualmente, as economias em desenvolvimento representam a maior parte das importações e exportações da China. Ao mesmo tempo, essas economias estão fortalecendo laços comerciais que vão além da proximidade geopolítica, adotando estratégias mais amplas, como a diversificação e a redução de riscos.
No caso do Brasil, o comércio com a China tem apresentado uma trajetória de crescimento, com destaque para as exportações de produtos agrícolas e metais. Entretanto, também se observa um aumento nas importações de produtos manufaturados chineses, especialmente veículos elétricos e equipamentos de transporte. Além disso, o Brasil tem ampliado suas exportações para o Sudeste Asiático, com Cingapura emergindo como um importante destino de seus recursos energéticos. No entanto, o comércio com países vizinhos, como a Argentina, tem diminuído ao longo do tempo.
Enquanto isso, os Estados Unidos continuam a diversificar seu comércio, reduzindo sua dependência da China e fortalecendo laços comerciais com países da ASEAN e o México. O México, por exemplo, superou a China como o maior fornecedor de mercadorias para os EUA. A China, por sua vez, tem visto um aumento nas exportações para a América Latina, especialmente para o Brasil, que representa quase metade do comércio chinês com a região. A China também tem aprofundado os laços comerciais com a Rússia, enquanto a participação das economias europeias nas importações chinesas tem diminuído marginalmente, afetada pela mudança no mix setorial das importações.