Uma pesquisa publicada recentemente alerta que quase um quarto das espécies de animais que habitam rios, lagos e outras fontes de água doce está em risco de extinção. De acordo com o estudo, diversos fatores combinados, como poluição, construção de barragens, extração de água, práticas agrícolas, espécies invasoras e mudanças climáticas, têm impactado negativamente esses ecossistemas frágeis. Apesar dos grandes rios, como o Amazonas, parecerem poderosos, o estudo enfatiza a vulnerabilidade desses ambientes e a ameaça crescente às espécies que dependem deles para sobreviver.
A pesquisa, conduzida por biólogos de diversas instituições, analisou cerca de 23.500 espécies, incluindo libélulas, peixes e caranguejos, que são dependentes exclusivos de ecossistemas de água doce. Dentre essas espécies, 24% estão classificadas como vulneráveis, ameaçadas ou criticamente ameaçadas de extinção. A maioria enfrenta múltiplas ameaças simultâneas, o que agrava ainda mais a situação, conforme explicaram os pesquisadores.
O estudo também destaca o impacto de modificações humanas nos ecossistemas aquáticos, como as barragens nos grandes rios da América do Norte e Europa, e os efeitos devastadores da mineração ilegal e do desmatamento nas bacias hidrográficas da América do Sul. Esses fatores, combinados com a poluição e os desastres ambientais, colocam em risco a sobrevivência dessas espécies, que não têm para onde migrar.