A osteoartrite é uma doença das articulações que afeta principalmente os idosos, sendo mais prevalente após os 65 anos, quando até 85% das pessoas podem apresentar a condição. No Brasil, estima-se que mais de 12 milhões de pessoas sofram com essa doença, que provoca dor e limitações nos movimentos. A osteoartrite também impacta de forma desproporcional as mulheres após a menopausa, grupo que tem sido foco de diversas pesquisas nos últimos anos.
Pesquisadores do Mass General Brigham, nos Estados Unidos, conduziram um estudo inovador para compreender melhor como as alterações hormonais durante a menopausa contribuem para a progressão da osteoartrite. A queda na produção de estrogênio, um hormônio essencial, já havia sido associada à degeneração das articulações, mas ainda faltava entender os mecanismos biológicos detalhados que causam essa mudança. O estudo revelou que essa perda hormonal favorece a degradação da matriz extracelular, um processo crucial para a renovação dos tecidos, mas que pode levar a doenças quando desregulado.
Utilizando modelos experimentais, os cientistas replicaram o processo de osteoartrite em laboratório e observaram que a degeneração da cartilagem começa logo após a menopausa. O uso de uma tecnologia avançada, chamada “network medicine”, permitiu identificar que o desequilíbrio hormonal é um fator central na progressão da doença. A pesquisa também sugeriu que a terapia de reposição hormonal, ao restaurar os níveis hormonais anteriores à menopausa, pode ser uma forma eficaz de prevenir ou retardar os danos nas articulações, beneficiando muitas mulheres afetadas pela condição. O estudo foi publicado na revista Nature Aging.