O Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) ressaltou a necessidade de criação de um protocolo de saúde específico para monitorar as condições das populações afetadas pelo rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho. A reivindicação surgiu após um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) detectar um aumento na presença de metais pesados na urina de crianças de 0 a 6 anos da região. O estudo mostra uma elevação nos níveis de contaminação, o que tem gerado preocupação, especialmente no caso das crianças, cujos índices de arsênio e outros metais superaram valores de referência.
Em paralelo, a Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum) organizou um ato no centro da cidade para lembrar os seis anos da tragédia e cobrar justiça. A manifestação contou com o apoio do MAB e enfatizou a gravidade da contaminação, que afeta não apenas a população de Brumadinho, mas também outras áreas atingidas por desastres ambientais, como a bacia do Rio Doce, impactada pelo rompimento de outra barragem em Mariana, em 2015.
O estudo da Fiocruz, publicado em janeiro de 2025, mostrou que, além de um aumento na contaminação por metais como cádmio, arsênio e mercúrio, há uma piora na saúde da população local, com um aumento na prevalência de doenças como colesterol alto e condições respiratórias. As análises indicam que, embora a exposição aos metais tenha aumentado, o diagnóstico de intoxicação precisa de uma avaliação clínica mais detalhada. Os pesquisadores sugerem que os afetados realizem exames médicos para um diagnóstico mais preciso e orientações adequadas.