A seca que assola várias regiões do Brasil desde junho de 2023 já dura 18 meses, afetando diretamente o abastecimento de água, a agricultura e aumentando os riscos de incêndios. A situação é mais grave em algumas áreas do estado de São Paulo, como nas regiões de São Carlos e Araraquara, onde 13 municípios enfrentaram longos períodos sem chuvas significativas, com alguns chegando a 9 meses consecutivos sem precipitações. Esse fenômeno, que é resultado de uma combinação de fatores naturais e humanos, afetou 137 cidades em todo o país, sendo a mais longa registrada em Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas, com 14 meses de estiagem.
O impacto da seca se intensificou em 2024, quando os municípios da região central de São Paulo enfrentaram desabastecimento de água, perdas agrícolas e o aumento de incêndios. O calor extremo e a falta de chuvas afetaram a produção de pêssegos, e mais de 300 cafezais foram destruídos em Caconde. Além disso, o aumento de queimadas resultou em diversos problemas, como rodovias interditadas e danos a propriedades. Municípios como Boa Esperança do Sul e Trabiju foram alguns dos mais atingidos, com 11 meses consecutivos de seca, enquanto Araraquara, Dourado e Ribeirão Bonito registraram 10 meses de estiagem.
O fenômeno da seca no Brasil tem sido intensificado por fenômenos climáticos como o El Niño, que provoca o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, alterando os padrões de chuva e aumentando as temperaturas. Além disso, bloqueios atmosféricos impediram a chegada de frentes frias ao país, exacerbando a crise hídrica. O aquecimento do Atlântico Tropical Norte também contribuiu para a alteração nas chuvas. A interação entre esses fenômenos naturais e ações humanas, como o desmatamento e as queimadas, agrava ainda mais o cenário de escassez de água e a intensificação dos incêndios em várias regiões.