Uma esteticista é acusada de causar a morte de um paciente após a aplicação de um peeling de fenol em sua clínica, em São Paulo, em junho de 2024. A vítima, que havia pago R$ 5.000 pelo procedimento, morreu ao inalar o produto químico, que é utilizado para escamar a pele e promover o rejuvenescimento. O Instituto Médico Legal (IML) constatou que a morte foi causada por uma parada cardiorrespiratória provocada por edema pulmonar agudo, devido à inalação do fenol. A acusada, que não possuía formação formal na área e aplicou o procedimento sem a devida habilitação, responde em liberdade e aguarda julgamento.
O Ministério Público, que apresentou a denúncia, considera que a ré assumiu o risco de provocar a morte do paciente ao realizar o procedimento sem as condições adequadas e ao não seguir as orientações dos órgãos reguladores, que indicam que apenas médicos podem aplicar o fenol. Durante a investigação, a defesa alegou que a acusada não cometeu irregularidades e que o procedimento foi uma fatalidade, mas a Justiça aceitou a denúncia e agendou a primeira audiência para o julgamento do caso. A ré foi proibida de continuar trabalhando na área e de frequentar suas clínicas.
O caso gerou controvérsia sobre a regulamentação dos procedimentos estéticos no Brasil, com divergências entre os conselhos profissionais sobre a capacitação necessária para a aplicação de substâncias como o fenol. Enquanto o Conselho Federal de Medicina defende que apenas médicos possam realizar o procedimento, o Conselho Federal de Farmácia permite que farmacêuticos apliquem fenol em níveis mais baixos. A acusada, influenciadora digital e dona de várias clínicas de estética, havia feito um curso online de estética, mas o certificado obtido não a habilitava para realizar o peeling de fenol.