Em 2024, as empresas estatais federais registraram o maior déficit em 15 anos, totalizando R$ 6,7 bilhões. Esse resultado exclui estatais que dependem de recursos do governo, como a Petrobras e bancos públicos. O governo tem justificado o rombo como consequência do uso de recursos próprios das empresas para investimentos, embora o cenário seja preocupante, especialmente em relação aos Correios, que concentram quase metade do prejuízo.
Apesar das injeções de capital realizadas por governos anteriores, como a do governo de Michel Temer, em 2018, que resultou em superávits, e de Jair Bolsonaro, em 2019, os resultados têm sido negativos nos últimos anos. A atual administração do governo Lula, que injetou R$ 400 milhões em 2023, ainda enfrenta dificuldades para reverter a situação das estatais deficitárias. Do total de 20 estatais, 11 apresentaram resultados negativos em 2024, com destaque para os Correios, que enfrentam desafios financeiros agravados por mudanças na taxação e propostas de privatização anteriores.
A situação das estatais é motivo de crescente preocupação para o governo, que está exigindo um plano de reestruturação, especialmente para os Correios. Economistas destacam a complexidade do diagnóstico, dado que cada estatal apresenta características diferentes e está inserida em um setor específico. O governo ainda avalia se as estratégias de investimento podem ser a chave para reduzir os déficits, ou se o aumento dos investimentos pode até ampliar os prejuízos a curto prazo.