Em 2024, as estatais federais apresentaram o maior déficit da série histórica, alcançando R$ 8,07 bilhões, um aumento significativo em comparação ao déficit de R$ 2,27 bilhões registrado em 2023. A cifra, divulgada pelo Banco Central (BC), destaca uma elevação de 255,8% no saldo negativo das empresas públicas. O déficit acumulado nas gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a R$ 10,3 bilhões.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) justificou que os dados apresentados pelo BC não são a melhor forma de avaliar a sustentabilidade financeira das estatais, apontando que os investimentos realizados pelas empresas, que cresceram 44,1% em 2024, impactam diretamente no resultado fiscal. O governo argumenta que esses investimentos, somando R$ 96,18 bilhões, são pagos com recursos próprios e não refletem a real situação financeira das empresas quando se considera o caixa disponível.
Entre as estatais com os maiores déficits, os Correios lideram com R$ 3,2 bilhões, seguidos pela Emgepron, com R$ 1,9 bilhão. O relatório do BC também revelou que, apesar dos déficits, as estatais federais apresentaram investimentos significativos, o que contrasta com os números do resultado primário. O debate sobre as finanças das estatais deve continuar, com diferentes interpretações sobre a real situação fiscal dessas empresas.