Durante mais de um século, o diagnóstico da obesidade era feito com base no Índice de Massa Corporal (IMC), sendo considerado obeso quem tivesse um IMC superior a 30. Contudo, médicos já criticavam essa fórmula, pois ela não levava em conta a distribuição de gordura e o impacto na saúde de cada pessoa. Recentemente, uma comissão internacional de especialistas sugeriu novos critérios para o diagnóstico da obesidade, que agora incluem a medição da circunferência abdominal e a presença de comorbidades, como hipertensão ou diabetes.
A mudança nos critérios surgiu após anos de pesquisa por um grupo de 58 especialistas de diferentes países, cujas conclusões foram publicadas na revista Lancet. A nova abordagem sugere que, além de um IMC superior a 25, a obesidade deve ser diagnosticada com base no comprometimento de algum órgão ou da capacidade funcional do indivíduo. Com isso, a avaliação leva em consideração o impacto real do excesso de gordura na saúde, diferenciando os casos de maior risco para a adoção de tratamentos prioritários.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade já adotaram as novas diretrizes. A mudança é vista como uma forma de identificar melhor os pacientes que precisam de tratamento imediato, já que, atualmente, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são diagnosticadas com obesidade apenas com base no IMC. Especialistas defendem que essa atualização ajuda a direcionar o tratamento de maneira mais eficaz e personalizada, considerando as diferentes situações e riscos associados ao excesso de peso.