O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou um conjunto de medidas para enfrentar a crise imobiliária no país, incluindo a imposição de um imposto de até 100% sobre a compra de imóveis por cidadãos de países fora da União Europeia. Esse imposto se aplicaria a cidadãos de países como o Reino Unido e os Estados Unidos, que, em 2023, adquiriram cerca de 27 mil imóveis na Espanha, principalmente para fins especulativos, o que agravou a escassez de habitação para os residentes. Sánchez destacou a proliferação de propriedades destinadas a aluguel de curto prazo, especialmente por plataformas como o Airbnb, como um dos principais fatores que contribuem para a crise.
As novas medidas também incluem a criação de impostos mais altos sobre os proprietários que alugam apartamentos para turistas, visando garantir que esses aluguéis sejam tratados como atividade empresarial e paguem impostos adequados. O governo espanhol está, ainda, implementando ações para aumentar a oferta de moradia, como a disponibilização de terrenos e a construção de casas pela administração pública. No entanto, a proposta enfrentou resistência de algumas partes do setor imobiliário, que questionaram a viabilidade e a eficácia da medida, apontando a falta de detalhes sobre sua implementação.
O governo de coligação, liderado por Sánchez, ainda precisa enfrentar desafios no parlamento, onde seu orçamento para 2025 ainda não foi aprovado. A proposta recebeu apoio do partido Sumar, mas este defendeu que as medidas são insuficientes para resolver a crise habitacional. O governo, no entanto, continua empenhado em ações para aumentar a oferta de habitação e garantir que as políticas públicas atendam às necessidades da população em meio ao cenário de escassez.