No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, dois candidatos podem ter a mesma quantidade de acertos, mas receber notas diferentes. Isso ocorre devido à aplicação da Teoria de Resposta ao Item (TRI), um modelo matemático que vai além da simples contagem de acertos, priorizando a coerência do desempenho. A TRI analisa a consistência nas respostas dos candidatos, considerando fatores como a dificuldade das questões. Por exemplo, um estudante que acerta as questões mais complexas, mas erra as mais simples, é provavelmente considerado como tendo chutado as respostas, o que resulta em uma pontuação menor.
O sistema da TRI tem como objetivo evitar que candidatos que apenas adivinham respostas ganhem uma pontuação elevada. Ao contrário da metodologia tradicional, que se baseia apenas no número de acertos, a TRI identifica os estudantes mais preparados, valorizando aqueles com desempenho consistente nas questões de diferentes níveis de dificuldade. A avaliação estatística feita pela TRI também torna mais difícil que dois candidatos tenham a mesma pontuação, garantindo resultados mais precisos e diferenciados. A nota final do Enem, portanto, reflete não apenas o número de respostas corretas, mas a qualidade do desempenho do candidato.
Embora o Enem tenha uma nota máxima que varia conforme a dificuldade das questões em cada edição, a TRI ajuda a calcular notas que refletem um desempenho mais realista. O resultado final não segue uma escala fixa de 0 a 1.000, como muitos imaginam, e a pontuação pode ser influenciada pela composição das questões em cada prova. Além disso, a TRI permite comparações entre candidatos que prestam o exame em diferentes edições, tornando a análise mais justa e precisa. Para se sair bem, os candidatos devem evitar chutar respostas e focar em uma preparação sólida, considerando que cada questão errada não diminui a pontuação, mas pode deixar de agregar pontos à sua nota final.