As empresas brasileiras de carne bovina demonstram confiança de que não serão impactadas por possíveis novas tarifas impostas pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Isso se deve à escassez de gado no país norte-americano e à tarifa já existente de 26,4% sobre as exportações brasileiras fora de uma cota anual de 65.000 toneladas. Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), afirmou que o Brasil continuará a fornecer carne bovina aos EUA, mesmo diante de retóricas protecionistas.
No ano passado, o Brasil exportou US$ 1,3 bilhão em carne bovina para os Estados Unidos, com um aumento significativo de 66% nas exportações em relação a 2023. A escassez de gado nos EUA, onde os estoques atingiram o nível mais baixo em 70 anos, faz com que os compradores norte-americanos precisem de parceiros confiáveis, sendo o Brasil uma opção viável para atender à demanda crescente de carne bovina. Embora os EUA sejam o segundo maior destino para a carne brasileira, atrás apenas da China, o Brasil continua a enfrentar desafios comerciais, como tarifas e negociações com os EUA.
Perosa também mencionou que o Brasil tentou negociar com os EUA a ampliação da cota livre de tarifas para 150.000 toneladas, mas o andamento das negociações permanece incerto com o retorno de Trump ao cargo. A relação comercial entre os dois países segue forte, com o Brasil pagando uma tarifa de 12% para exportar carne bovina para a China, o maior parceiro comercial do Brasil nesse setor.