Os empreendimentos nas periferias do Rio Grande do Sul têm se destacado como importantes motores de inovação e geração de renda, movimentando cerca de R$ 12,5 bilhões por ano no estado. Iniciativas nas comunidades, que muitas vezes surgem da necessidade de superação, demonstram a criatividade e resiliência dos empreendedores, que conseguem criar negócios sólidos e impactar positivamente suas comunidades. Um exemplo é o trabalho realizado por diversos empreendedores de Porto Alegre e Santa Maria, que buscam atender às demandas locais, como o mercado de serviços e produtos personalizados, enquanto lidam com as dificuldades do dia a dia.
Apesar do sucesso e do crescimento visível, os empreendedores das periferias enfrentam uma série de desafios estruturais. A falta de acesso a crédito, a informalidade nos negócios e a sobrecarga das mulheres empreendedoras são barreiras que dificultam a consolidação e o crescimento desses negócios. Dados do IBGE e do Sebrae indicam que a maior parte dos novos negócios é liderada por mulheres, muitas das quais gerenciam suas empresas sozinhas ou com a ajuda da família, o que aumenta a carga de trabalho e as dificuldades em administrar todas as áreas do negócio. Além disso, a falta de espaço físico para trabalhar e a ausência de apoio financeiro adequado limitam o potencial de expansão.
No entanto, iniciativas como redes de apoio e espaços de aceleração, como o do Morro da Cruz, em Porto Alegre, vêm ajudando a superar algumas dessas limitações, oferecendo recursos como cursos de capacitação, orientação financeira e acesso a internet. A comunidade está cada vez mais conectada às oportunidades de capacitação e ao mercado de trabalho, o que indica um grande potencial de crescimento. Para especialistas, a economia periférica no estado tende a crescer de forma mais estruturada nos próximos anos, impulsionada pelo aumento do acesso à informação e à inovação local.