As emissões de debêntures incentivadas no Brasil tiveram um aumento expressivo de 87,8% em 2024, atingindo um volume recorde de R$ 138,89 bilhões. O montante de R$ 77,78 bilhões captados no primeiro semestre já superava o total de 2023, e no segundo semestre, foram captados mais R$ 61,11 bilhões. Esses títulos, que oferecem isenção de Imposto de Renda e IOF, são usados por empresas para financiar projetos de infraestrutura, como aeroportos e rodovias, e se beneficiaram de mudanças nas regulamentações que restringiram outras opções de investimento com isenção tributária, como os CRIs e CRAs.
Entre os destaques do ano, a mineradora Vale se destacou com a emissão de R$ 6 bilhões no segundo semestre, enquanto a CCR fez a maior emissão histórica de debêntures incentivadas no primeiro semestre, totalizando R$ 9,41 bilhões. A crescente busca por esses ativos é explicada pela escassez de alternativas com isenção fiscal e pela expectativa de uma política monetária mais restritiva, que impulsionou a demanda por ativos de renda fixa. A alta da taxa Selic também desempenhou um papel importante, mantendo os investimentos em renda fixa atraentes ao longo do ano.
Além disso, os fundos de debêntures incentivadas se tornaram populares, com o patrimônio líquido dessa classe subindo de R$ 68,4 bilhões para R$ 168,4 bilhões entre janeiro e novembro de 2024. O número de fundos também cresceu significativamente, saltando de 456 para 1.201 no mesmo período. Esses fatores demonstram uma mudança no comportamento dos investidores, que buscaram alternativas mais vantajosas em um ambiente de juros elevados e maior restrição de opções tributárias.