As eleições presidenciais de julho de 2024 na Venezuela foram envoltas em controvérsias, com acusações de falta de transparência e repressão contra opositores. Embora o governo venezuelano tenha proclamado a reeleição de Nicolás Maduro com 51,2% dos votos, a oposição contestou o resultado, alegando que seu candidato, Edmundo González, havia vencido com ampla margem, com base em dados coletados diretamente das urnas. Organizações internacionais, como o Centro Carter, confirmaram que os registros eleitorais da oposição eram legítimos, mas o governo de Maduro se recusou a divulgar as atas oficiais, o que aumentou as suspeitas de fraude.
A reação à eleição foi marcada por protestos violentos e repressão autoritária. Nas semanas seguintes, as manifestações resultaram em dezenas de mortos e milhares de prisões. As forças de segurança foram acusadas de torturar detidos, e várias prisões arbitrárias de opositores ao regime geraram críticas de organizações de direitos humanos. Edmundo González, que foi alvo de mandados de prisão e ameaças, se exilou na Espanha após ser pressionado a reconhecer a vitória de Maduro. Apesar disso, ele anunciou sua intenção de retornar à Venezuela para tomar posse, o que gerou tensões com o governo local.
A comunidade internacional reagiu dividida diante do processo eleitoral. Países como os Estados Unidos, Espanha, e vários da América Latina, como Argentina e Chile, passaram a reconhecer González como o vencedor, enquanto o governo brasileiro optou por não se posicionar oficialmente. A cerimônia de posse de Maduro, prevista para 10 de janeiro de 2025, deve ser marcada por uma presença internacional limitada, com poucas autoridades de países ocidentais, mas com a participação de aliados tradicionais como Cuba e Nicarágua. O cenário político continua tenso, com a Venezuela isolada no cenário global, enquanto a população enfrenta um ambiente de alta repressão e incertezas.